Enquanto
era investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela
Controladoria-Geral do Município (CGM), com seus telefones grampeados, o
auditor Luis Alexandre Cardoso Magalhães teve de conter um
"incêndio": sua amante, que recebia uma pensão de R$ 700 e sabia dos
esquemas do ex-companheiro, exigia dinheiro para ficar quieta e ameaçava
denunciar o grupo inteiro. Magalhães é o dono do Porsche amarelo apreendido no
dia da operação que divulgou o esquema e faturava, segundo a investigação, até
R$ 80 mil por semana. A estimativa é de que ele tenha patrimônio não declarado
superior a R$ 7 milhões. Para ficar quieta, a mulher tinha colocado seu preço:
pensão de R$ 3 mil, móveis do imóvel onde ela vivia, o cachorro deles e uma
câmera digital.
O casal
tem um filho e a guarda da criança foi outra exigência da mulher. Nas ligações,
ela relata ter sido espancada pelo auditor, durante a gravidez, para forçar um
aborto - o que não deu certo. As interceptações telefônicas foram feitas entre
os dias 2 e 4 de setembro deste ano. Além das conversas com Magalhães, há
escutas de diálogos da mulher com Eduardo Horle Barcellos, em que ela afirma
que iria denunciar o ex. Portanto, Barcellos deveria "pensar em algo como
uma delação premiada", para não ser prejudicado.
Essa ligação,
conforme mostram as escutas, fez com que os fiscais conversassem entre si. Após
o diálogo, Barcellos telefona para Carlos di Lallo Leite do Amaral, o terceiro
funcionário público preso. Este, por sua vez, disse a Barcellos que Magalhães
está "enrolado" e que a mulher é "encrenca". Cerca de uma
hora depois, no mesmo dia, é Lallo quem conversa com Magalhães para falar sobre
a mulher. No dia seguinte, Lallo e Barcellos voltam a conversar sobre a ameaça.
Lallo diz que a mulher teve um "surto psicótico" depois da separação
porque Magalhães pediu a guarda da criança e comenta que ela também telefonou
para sua mulher. Barcellos se questiona como foi possível a amante do colega
conseguir seu telefone.
Fonte
Agencia Estado