EM CLIMA DE REVOLTA, PT PREPARA MEDIDA CONTRA BARBOSA NAS PRISÕES DO MENSALÃO

Partido diz que presidente do STF cometeu abusos e contrariou Corte ao manter regime fechado dos petistas
A direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), reunida nesta segunda-feira (18) em São Paulo, prepara medidas concretas em relação a forma como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, executou a prisão dos condenados no caso do mensalão. Ganha força no partido a elaboração de uma nota de repúdio com críticas duras a Barbosa. O PT também defende a realização de atos nos Estados.  Segundo petistas, houve excessos e o ministro afrontou a decisão da Suprema Corte ao manter em regime fechado réus que deveriam cumprir pena no semiaberto, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. "Estamos estudando a maneira, mas vamos tomar uma medida adequada à violência que ele (Joaquim Barbosa) praticou", disse o secretário nacional de mobilização do PT, Jorge Coelho.
Penúltimo a falar, o deputado federal Renato Simões fez duas propostas. A primeira é que a Executiva do PT tire uma comissão para visitar os presos e a outra, que foi muito aplaudida, defende que o partido acentue a questão dos direitos humanos. “O partido pode contestar do ponto de vista político, mas a pior violação foi de direitos humanos”, afirmou. Paulo Teixeira, secretário-geral, chamou a execução das penas a mando de Barbosa de “medida arbitrária com objetivos políticos de gerar imagem”. Ao resumir a revolta do partido com as decisões de Barbosa, Markus Sokol, da corrente O Trabalho, disse: “A brutalidade da execução ajuda a ver o conteúdo da sentença”.

Além da manutenção do regime, a pronúncia da sentença dos condenados antes do final do processo e a prisão desconsiderando o estado de saúde de Genoino também engrossam a lista de reclamações do PT. "A maneira como o ministro Joaquim Barbosa executou os pedidos de prisão contraria a decisão do conjunto do Supremo já que ele está mantendo em regime fechado pessoas que deveriam estar no semiaberto", disse o coordenador jurídico do partido, Marco Aurélio de Carvalho. O diretório nacional estuda várias hipóteses, além da representação ao STF, entre elas uma denúncia à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e aos órgãos internacionais relatando suposto desrespeito aos direitos básicos na forma como Barbosa conduziu as prisões.