A Justiça Federal determinou ontem o sequestro de
R$ 57 milhões em ativos financeiros de ex-diretores da estatal paulista de
trens CPTM e consultores investigados por suspeita de fraude em licitações no
setor de transportes do Estado de São Paulo. O juiz federal Marcelo Costenaro
Cavali, que determinou o bloqueio dos recursos, justificou a medida apontando
indícios de que empresas como a multinacional francesa Alstom e a alemã Siemens
pagaram propina para obter contratos do governo estadual. A medida foi
solicitada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal para
assegurar o ressarcimento dos cofres públicos se mais tarde ficar demonstrado
que houve pagamento de propina e superfaturamento nos contratos sob
investigação.
As autoridades examinam negócios feitos pelas
empresas com o governo estadual entre 1998 e 2008, período em que São Paulo foi
governado pelo PSDB, que manda no Estado há quase duas décadas. A decisão
judicial de ontem mostra que as investigações sobre os negócios do cartel
avançaram nas últimas semanas, graças à colaboração de duas testemunhas que
aceitaram cooperar com as autoridades e têm suas identidades mantidas sob
sigilo. As duas testemunhas disseram que o dinheiro repassado pelas empresas do
cartel a consultorias era destinado ao pagamento de propina a funcionários
públicos, e que isso era necessário para obter contratos no Estado.
Fonte UOL