AÉCIO E SERRA DISPUTAM E DIVISÃO INTERNA NO NINHO TUCANO SE ACENTUA

Desde a campanha eleitoral, no ano passado, o relacionamento entre Aécioe Serra se deteriorou
A divisão interna se acentuou no ninho tucano, após as críticas do pré-candidato tucano à Presidência da República, senador Aécio Neves, ao ex-governador José Serra ao PSDB. Político mineiro, Neves deixou o tom conciliador para, na véspera, durante evento do partido na capital amazonense, abrir fogo contra o dublê de correligionário e concorrente à vaga do partido para concorrer ao Palácio do Planalto, no ano que vem.
– Cada um contribui com o partido do jeito quer pode. Eu estou aqui em Manaus falando bem do PSDB e mal do PT, né? Agora, não me acho a melhor pessoa para falar de complexos – espetou Neves.
Na sexta-feira, durante um evento com a juventude tucana na capital paulista, Serra fez várias críticas ao partidos que, segundo ele, sofre a síndrome do “bovarismo” e “tem necessidade de ser aceito pelo PT”. O ex-governador ainda criticou o discurso programático do PSDB, as disputas regionais do partido e chegou até a afirmar que muitos tucanos “trabalham contra o erário”, sem citar nomes. Apesar de ter dito que estava fazendo uma autocrítica do PSDB, Serra afirmou aos jornalistas depois do evento que seus comentários foram “suprapartidários”.
Serra teria, ainda, criticado a indicação de Aécio Neves a um possível ministério da Fazenda, no suposto governo que exerceria se vencesse as eleições de 2014. O economista Armínio Fraga seria o ministro ideal em uma administração tucana. Segundo Aécio, “uma indicação antecipada de um ministro da Fazenda com esse perfil ajudaria a campanha tucana a atrair simpatia de investidores internacionais e de boa parte do empresariado brasileiro, sobretudo do grande capital financeiro”.

Em 1999, quando exerceu este mesmo posto, na Esplanada dos Ministérios, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, a primeira medida de Fraga foi aumentar os juros de 25% para 45%. Foi talvez a maior elevação nos juros já ocorrida na história financeira do país. Em recente entrevista, no entanto, Fraga diz que, para o futuro, a tendência dos juros era cair.