"O que Barbosa faz é
simplesmente maldade", diz Celso Antônio Bandeira de Mello
"Joaquim
Barbosa é um homem mau, com pouco sentimento humano." A descrição nada
elogiosa é de Celso Antônio Bandeira de Mello, um dos mais conceituados
advogados brasileiros e professor da PUC há quase 40 anos. Ele se refere em
especial à forma como Barbosa conduziu a prisão de José Genoino. "Acho que
é mais um problema de maldade. Ele é uma pessoa má. Falo isso sem nenhum
preconceito com a pessoa dele pois já o convidei para jantar na minha casa. Mas
o que ele faz é simplesmente maldade", afirma o advogado. Bandeira de
Mello subscreveu na terça-feira, ao lado de juristas, intelectuais e líderes
petistas, um manifesto condenando a postura de Barbosa. A ação supostamente
arbitrária do ministro na prisão dos condenados no processo do mensalão seria
passível de um processo de impeachment.
"A
medida concreta neste caso seria um pedido de impeachment do presidente do
Supremo", disse Bandeira de Mello, com a ressalva de que não é
especialista em direito penal mas expressa "a opinião de quem entende da
matéria". De acordo com o advogado, o foro adequado para o pedido de
impeachment seria o Senado Federal. Segundo o inciso 2º do artigo 52 da
Constituição Federal, é de competência exclusiva do Senado julgar os ministros
do Supremo. A iniciativa, segundo Bandeira de Mello, pode ser de "qualquer
cidadão suficientemente bem informado e, principalmente, dos partidos
políticos". Na segunda-feira, o diretório nacional do PT chegou a cogitar
medidas concretas contra Barbosa. A iniciativa, no entanto, foi abortada por
líderes moderados do partido. Segundo Bandeira de Mello, o fato de Barbosa ter
mandado para o regime fechado pessoas que haviam sido condenadas ao semiaberto
e a expedição de mandados de prisão em pleno feriado da Proclamação da
República sem as respectivas cartas de sentença (emitidas 48 horas depois)
contrariam a legislação e poderiam motivar o afastamento de Barbosa.
Para o
advogado, a culpa pelas supostas violações e arbitrariedades é exclusivamente
do presidente do Supremo. "É o Barbosa. Os demais ministros, ou parte
deles, já praticaram as ilegalidades que podiam praticar no curso do
processo", disse Bandeira de Mello. O manifesto divulgado na terça-feira
diz que "o STF precisa reagir para não se tornar refém de seu
presidente". O texto é subscrito por dezenas de militantes petistas e partidos
aliados, como os presidentes do PT, Rui Falcão, e PCdoB, Renato Rabelo, além de
personalidades de diversas áreas como o jurista Dalmo Dallari, a filósofa
Marilena Chauí, a cientista política Maria Victoria Benevides, os cineastas
Luci e Luiz Carlos Barreto e o escritor Fernando Morais. Bandeira de Mello crê
que o plenário do Supremo deveria fazer uma censura pública a Barbosa.
"Poderia ser de forma verbal, em plenário, por meio de um manifesto e até
mesmo pessoalmente. Ou o Supremo censura a conduta de seu presidente ou ele vai
cada vez mais avançar o sinal", diz o advogado.
Fonte IG
OPINIÃO DA REDAÇÃO DO “POLÍTICA
SEM FRONTEIRA: - Pessoal, não se enganem, trata-se de mais uma estratégica dos advogados. Eles
tentam intimidar o Presidente do Supremo, e principalmente induzir a população,
a acreditar que eles são estão sendo injustiçados. - Como é difícil se fazer
cumprir as leis nesse país.