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Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados proíbe as emissoras de
televisão de transmitirem lutas marciais não olímpicas.
Segundo informações da Agência Brasil, caso o projeto seja aprovado,
campeonatos de artes marciais mistas (MMA), o que inclui o Ultimate Fighting
Championship (UFC). O PL 55.344/09 foi debatido nesta terça-feira (27) no
seminário "O MMA e a televisão: entretenimento, formação da cidadania ou
banalização da violência?". O PL aguarda parecer da Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados e ainda tem que
passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Casa. O
projeto prevê uma multa de R$ 150 mil à emissora que descumprir a lei. Em caso
de reincidência, a emissora perde o direito à concessão pública. O PL exclui,
no entanto, as lutas marciais não olímpicas não violentas. A capoeira, por
exemplo, poderia ser transmitida. Estariam sujeitos à lei os canais da TV
aberta e da TV paga. "É importante tirar essa luta da TV, porque a única
lição que ela propagandeia é a violência. São golpes violentos, joelhadas,
golpes violentos no rosto e onde o sangue é o suor, como dizem aqueles que
gostam do MMA", diz o deputado José Mentor (PT-SP). "Pesquisas feitas
no exterior mostram que a TV influencia a juventude. Antes [do MMA] você via
briga de escola, mas não via joelhada no estômago como há hoje". Segundo o
presidente da Confederação Brasileira de Artes Marciais Mistas (CBMMA), Elísio
Cardoso Macambira, a prática é um Esporte". Segundo ele, 1 milhão de
pessoas praticam o MMA no Brasil. De acordo com o dirigente, os campeonatos
profissionais seguem uma série de normas de segurança para os praticantes e
para quem assiste às lutas. No Brasil, o UFC é transmitido ao vivo no canal de
TV a cabo, Canal Combate, e, pela Globo, de madrugada. Segundo matéria
publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, o acordo de transmissão das lutas de
UFC firmado pela Globo e pelo Canal Combate pode render de R$ 771 milhões a R$
1 bilhão. O contrato se estende até 2022 e afasta a possibilidade de outra
emissora ter, em um futuro próximo, os direitos de transmissão. De acordo com o
deputado Acelino Freitas (PRB-BA), o Popó, "proibir a transmissão é
proibir o esporte". Segundo o ex-boxeador, "temos muitos nomes do MMA
que mudaram, com a prática, a própria vida e a vida de muitas pessoas". O
MMA é considerado inapropriado para menores de 18 anos pela classificação
indicativa definida pelo Ministério da Justiça. A exibição dos campeonatos na
TV aberta só é permitida das 23h às 6h.
Fonte
Bahia Notícias