Em suas primeiras declarações sobre o
caso, Evo cobra explicações de governo brasileiro sobre fuga de Molina
O
presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta quarta-feira que o Brasil devolva o
senador Roger Pinto Molina para ser julgado em Laz Paz por
acusações de corrupção, e cobrou explicações do governo brasileiro pela
operação que permitiu a fuga do político de oposição da embaixada brasileira
na capital boliviana. Em suas primeiras declarações
desde a fuga do senador, incidente que estremeceu as relações diplomáticas
entre os países vizinhos, Morales condenou o acontecimento e rejeitou o
argumento usado pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia , que ajudou Pinto Molina
na fuga, de que a vida do senador estava em risco. "Sim, condenamos esse
acontecimento. O Brasil deve devolver Roger Pinto para que seja submetido à
Justiça boliviana, seria a melhor forma de contribuir na luta contra a
corrupção", disse Evo no Palácio do Governo da Bolívia.
A fuga de
Pinto no fim de semana da Embaixada do Brasil em La Paz sem um
salvo-conduto, com ajuda do encarregado de negócios da representação
diplomática, também foi criticada pela presidente Dilma Rousseff , que substituiu o chanceler Antonio Patriota em consequência do caso.
Pinto
estava havia quase 15 meses asilado na embaixada em La Paz. Ele recebeu asilo diplomático em 2012 , mas a Bolívia nunca
concedeu um salvo-conduto necessário para o político de oposição deixar o país.
Saboia
disse que ajudou o boliviano a fugir, em uma viagem de 1,5 mil km realizada em
um carro da embaixada sob escolta de dois fuzileiros navais do Brasil, porque
Pinto Molina encontrava-se deprimido e ameaçava cometer
suicídio. Evo não informou nesta quarta-feira se essa conversa já aconteceu, e
insistiu em cobrar explicações do Brasil. "Lamentamos o uso indevido de
veículos diplomáticos, violando normas internacionais, que facilitaram a saída
ilegal de Roger Pinto da Bolívia", afirmou. "É importante que o
governo do Brasil explique o porquê dessa operação."
Fonte Reuters