OGX, de Eike Batista, tem
dívida de US$ 3,6 bilhões em bônus no exterior
Empresa de petróleo do
grupo EBX, de Eike Batista, confirmou o que já era esperado pelo mercado, o não
pagamento de juros no valor de US$ 45 milhões A petroleira OGX, do empresário Eike
Batista, confirmou o que o mercado e seus
próprios credores já esperavam: optou pelo não pagamento de 45 milhões
de dólares de juros referentes a títulos de dívida emitidos no
exterior que venceriam nesta terça-feira. Este é o primeiro passo do
que pode vir a ser o maior calote da história por uma empresa latino-americana.
A empresa também está mais próxima de um pedido de recuperação
judicial, conforme noticiou a coluna Radar, de
Lauro Jardim.
Os juros se referem a uma
dívida de 1,1 bilhão de dólares em bônus com vencimento em 2022, emitidos pela
OGX Áustria, controlada da OGX. Seu não pagamento já era amplamente
esperado, diante da crítica situação de caixa da petroleira. A ideia da
petroleira é ganhar tempo para finalizar seu plano de reestruturação
de dívida, uma vez que, de acordo com o contrato, tem até 30 dias
para sanar o problema antes que seja penalizada. A derrocada da OGX,
que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike,
aumentou após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira no
ano passado. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o
desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos, antes consideradas
promissoras, o que jogou ainda mais desconfiança em cima das promessas de Eike.
Com pouco dinheiro disponível e com o fracasso em sua campanha exploratória até
o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos treze blocos que
arrematou na última licitação de áreas de petróleo, economizando o pagamento de
280 milhões de reais ao governo por direitos exploratórios. A OGX espera
completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia
Petronas, para conseguir um alívio no caixa. A Petronas, porém, aguarda a
conclusão da reestruturação da dívida da OGX para dar prosseguimento ao negócio
de 850 milhões de dólares com a petroleira brasileira. Ao todo, a petroleira
deve cerca de 3,6 bilhões de dólares em bônus de dívida emitidos no exterior,
sendo 1,06 bilhão de dólares que vencem em 2022 e outros 2,6 bilhões com
vencimento em 2018. Os bônus para 2018 têm juros vencendo em dezembro. As
consultorias Lazard e Blackstone Group foram contratadas para ajudar a OGX a
resolver seu problema de dívida. Recuperação judicial - Uma vez que a empresa
declare recuperação judicial, ela deve criar um cronograma para saldar
as dívidas e continuar funcionando, evitando, assim, a falência. A
recuperação judicial equivale à antiga "concordata". Esse processo
garante proteção da empresa contra ações judiciais de credores. Em geral, os
funcionários são os primeiros a serem ressarcidos.
(Fonte agência Reuters)