Mulher diz que é capaz de apontar
e reconhecer todos os jogadores envolvidos no suposto crime
Ainda
segundo a delegada que investiga denúncia, nenhum jogador do Vitória será
ouvido pela polícia. A delegada Márcia Marcondes, que investiga a denúncia de
uma mulher de 44 anos que acusa quatro jogadores do Vitória de estupro, disse
ao Correio24horas que a mulher estava alcoolizada e, por isso,
não conseguiu identificar os suspeitos que teriam praticado a violência em um
quarto de hotel, em Curitiba. A mulher vai passar por exames para
verificar se houve violência sexual para convocar os jogadores para prestar
depoimento, revelou a delegada. "Por enquanto, ela fala em violência, mas
não especifica os atos", disse. Em entrevista ao Correio24Horas,
Márcia contou que a mulher estava muito confusa e procurou a Delegacia da
Mulher para prestar queixa contra atletas do time baiano. "Fizemos
atendimento da vítima e ela informou que estava em uma balada e de lá seguiu
para o hotel onde se hospedou, ocorrendo um estupro posteriormente. Estamos
fazendo algumas verificações do caso, porque existem informações desencontradas
inclusive por parte das testemunhas, que desmentem a versão da vítima. Estamos
em uma fase muito preliminar das investigações para termos um ponto de vista
mais concreto do que aconteceu, mas ainda vamos analisar as imagens do
hotel", explicou.
Jogadores
ainda não serão ouvidos
A
delegada explicou ainda que, por enquanto, nenhum jogador do Vitória será
ouvido pela polícia. "Como não temos condições de identificar nenhum dos
acusados, já que a vítima não reconhece precisamente quem a teria
estuprado, só vamos poder ouvir essas pessoas posteriormente, depois de avaliar
imagens. Ainda vamos investigar o caso e tentar uma
identificação. Dependendo do decorrer das investigações, os jogadores
podem ser ouvidos aqui (em Curitiba) ou ai em Salvador. Eles não estão presos,
podem voltar a Salvador e voltar às atividades normalmente. Não podemos
inverter a ordem dos fatos, já que não temos peças acusatórias. É muito cedo
afirmar se houve ou não um ato criminoso", analisou.
Vítima não sabe o que aconteceu
Ainda segundo
informações da delegada, a vítima estava alcoolizada durante o suposto estupro
e não consegue lembrar o que aconteceu. "Ela não consegue se lembrar
do ato sexual. O que a leva a crer que foi estuprada é o fato de ela ter
acordado nua. Ela não sabe precisar o que aconteceu, só acredita que viu
pessoas entrando no quarto dela. O problema é que as informações que temos é de
que estas pessoas já estavam no quarto", avaliou. Márcia informou ainda
que a vítima será ouvida novamente na próxima sexta-feira (4). "Ela estava
muito confusa, com medo e não estava em condições de um questionamento muito
extenso. Ela estava cansada e sem dormir e nós primamos por respeitar a nossa
vítima. Ela está em um hospital e vai passar por exames e, depois, vai
conversar conosco novamente e identificar os possíveis envolvidos", disse.
Amiga nega crime de estupro
Uma das amigas da mulher acusada nega a versão de estupro. Segundo ela, a
suposta vítima estava alcoolizada e não se recorda direito do que aconteceu. A
delegada vai ouvir a amiga da mulher de 44 anos, mas relembra que outras peças
precisam ser escutadas. "Esta amiga é uma peça, mas não é a única. Lidamos
com seres humanos e precisamos lembrar que eles nos relatam os fatos com suas
próprias impressões", alertou.
Punições e novos depoimentos
Caso seja comprovado que houve estupro, os jogadores identificados poderão ser
presos. Segundo Márcia Marcondes, "caso o estupro seja comprovado e se
houver necessidade, haverá um pedido de prisão preventiva". No entanto, se
for comprovado que nenhum crime foi cometido, a suposta vítima "responderá
criminalmente e poderá ser processada pelos acusados". A Delegacia da
Mulher ouvirá funcionários do Hotel Bourbon na tarde desta quarta-feira (2). A
próxima a depor será novamente a suposta vítima, que voltará a conversar sobre
o caso na sexta-feira (4).