Paulinho da Força comemora a criação do Solidariedade.
O
Solidariedade, partido criado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o
Paulinho da Força Sindical, após aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ,
está em fase final de negociação para tentar atrair mais 15 deputados federais
até a próxima sexta-feira (4), quando termina o prazo legal para migração sem
infringir a lei de fidelidade partidária a tempo de concorrer em 2014. Integrantes
da executiva nacional do partido esperam que pelo menos dez dos nomes em
negociação integrem a lista de 23 parlamentares já filiados que será
apresentada ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na
próxima quarta-feira (2). O iG teve acesso
à lista, que soma 22 deputados federais e o senador Vicentinho Alves,
atualmente no aliado PR de Tocantins – ele deve disputar o governo do Estado
pela nova legenda. A maior parte dos dissidentes compõe a base do governo da
presidente Dilma Rousseff no Congresso, atraídos pela possibilidade de presidir
o diretório do Solidariedade no seu Estado. A moeda de troca de Paulinho foi
colocar como regra do estatuto do partido que os diretórios terão direito a 50%
dos recursos do fundo partidário a que a sigla terá direito. A maioria dos
partidos trabalha com uma participação no fundo entre 30% e 40%. A base perde
até agora 16 deputados. O PDT, partido a que Paulinho pertencia, é a legenda
com mais baixas. A sigla à frente do Ministério do Trabalho está perdendo seis
deputados – a expectativa do Solidariedade é de que mais um pedetista confirme
sua filiação até segunda-feira (30). O segundo partido com mais perdas é o
PMDB, principal aliado de Dilma. Em seguida está o PR, com três baixas. O PEN
vem em quarto com dois deputados com mandato e o licenciado Berinho Bantim,
atual secretário de agricultura de Roraima. Já PP e PRTB perdem um deputado,
cada. Veja a lista completa:
Deputados de mudança
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PDT
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João
Dado (SP)
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Manato
(ES)
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Marcos
Medrado (BA)
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Oziel
Oliveira (BA)
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Paulinho
da Força (SP)
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Sebatião
Bala Rocha (AP)
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PMDB
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Arthur
Maia (BA)
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Benjamin
(Maranhão (PB)
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Genecias
Noronha (CE)
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Wladimir
Costa (PA)
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PR
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Henrique
Oliveira (AM)
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Jaime
Martins (MG)
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Laércio
Oliveira (SE)
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PEN
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Fernando
Francischini (PR)
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João
Caldas (AL)
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PPS
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Augusto
Carvalho (DF)
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Simplício
Araújo (MA)
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PSDB
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Willian
Dibb (SP)
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PSD
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Armando
Vergílio (GO)
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PP
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Luiz
Argôlo (BA)
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PRTB
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Aereo
Lidio (RJ)
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DEM
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Augusti
Coutinho (PE)
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Posicionamento
Apesar da debandada, a montagem da nova legenda não deve significar no presente momento um reforço automático na oposição ao governo Dilma. Embora Paulinho articule o apoio do novo partido ao senador mineiro Aécio Neves (PSDB-MG) na eleição presidencial do ano que vem, as negociações para atrair deputados leva em consideração uma proposta de neutralidade no Congresso no atual momento. A ideia é que o novo partido atue de forma semelhante ao PSD nas votações, divergindo em pontos específicos de propostas enviadas pelo Palácio do Planalto. A postura, contudo, não agrada ao Planalto. O iG conversou com deputados em mudança e alguns deles afirmam terem sido procurados por assessores do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) com pedidos para optarem pelo novato Partido Republicano da Ordem Social (PROS), que já prometeu se alinhar ao governo. O ministério nega qualquer conversa com parlamentares para encaminhá-los ao PROS.