O clima de pré-disputa começa a esquentar no PT de Salvador, que irá
realizar o Processo de Eleição Direta (PED) em novembro, junto com o Diretório
Estadual. Algumas correntes petistas já projetam uma nova opção de candidatura
para o comando da sigla na tentativa de afastar a influência do deputado
federal Nelson Pelegrino, maior liderança do PT na capital baiana, que pertence
à Esquerda Democrática Popular (EDP) e pode apoiar a recondução da ex-vereadora
Marta Rodrigues ao comando municipal. No seu meio podem se apresentar ainda os
nomes da deputada estadual Maria Del Carmem ou Aristides, ex-coordenador de sua
campanha em 2012. Pelegrino quer manter a força com vistas a uma quinta
postulação ao Palácio Thomé de Souza em 2016. Mas esse sonho
estaria sendo ameaçado por grupos formados pelo deputado estadual J.Carlos e os
vereadores J.Carlos Filho, Gilmar Santiago, Henrique Carballal, Moisés Rocha,
Luiz Carlos Suíca e ainda o coordenador executivo do conselho de
desenvolvimento econômico e social da Bahia (CODES), Edson Valadares, ambos do
PT, que se reuniram nessa quinta-feira (29/8) para tratar do assunto. No
encontro, os parlamentares definiram que um nome deve sair do agrupamento para
a candidatura à presidência municipal. Eles não pontuaram quais os mais
cotados, mas nos bastidores são apontados os vereadores Carballal e J. Carlos
Filho, além de Edson Valadares. No partido, os parlamentares pertencem à
Esquerda Popular Socialista (EPS), enquanto Valadares à Democracia Socialista
(DS). Eles estariam concentrados em atrapalhar o caminho da atual dirigente
Marta Rodrigues, já que sua reeleição será um referendo à volta de Pelegrino em
quatro anos. Consta que as dificuldades desse grupo estariam sendo centradas
justamente no bom relacionamento cultivado por Marta com os filiados. O grupo
ligado a ela contaria ainda com o apoio da CNB, de Emiliano José. Pelegrino
disse não acreditar na existência de articulações voltadas a enfraquecê-lo.
“Primeiro Carballal, Moisés e o próprio Gilmar têm conversado comigo, tenho bom
relacionamento com eles, portanto desconheço esse tipo de intenção. Também
sempre fui ligado a J. Carlos, o apoiei no Sindicato, ajudei o seu filho nas
eleições, assim como ajudei os outros vereadores. Todos disseram que não fariam
movimentação contra mim, pois respeitavam meu trabalho em Salvador”, afirmou. O
deputado alegou também que ainda é muito cedo para pensar em 2016. “Não é o
controle do PT no município que vai definir o candidato”, disse. Porém,
reiterou que está “disposto a discutir” a questão. “A direção do partido deve
estar à altura de alguém que possa organizar e colocar o partido para
funcionar”.