PT PRESSIONA INTEGRANTES DA CÚPULA DA CASA COM ARGUMENTO JURÍDICO JÁ RECUSADO NA COMISSÃO DE JUSTIÇA, TEMENDO QUE VOTO ABERTO NÃO SALVARÁ DEPUTADO PRESO NO MENSALÃO

Esta terça-feira (3) será decisiva para a manutenção do mandato do deputado licenciado e condenado no mensalão, José Genoino (PT-SP). O PT planeja pressionar o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e os demais integrantes da mesa diretora para não iniciarem o processo de cassação de Genoino, condenado a 4 anos e 8 meses de prisão no regime semiaberto. O argumento do partido será de que o processo não pode ser aberto pelo fato de a licença médica dada ao deputado ainda estar em vigor, o que anularia o trâmite da cassação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A chegada do processo à CCJ pode significar a suspensão da licença médica de Genoino e, com isso, a possibilidade de a cassação ir ao plenário da Câmara. A comissão já conta com histórico jurídico neste sentido, quando da apreciação do processo do ex-deputado José Janene (PP-PR), em 2006. Na época, Janene alegou doença cardíaca para conseguir liberação médica para fugir da cassação. A licença anulada pela CCJ após a mesa diretora aprovar a abertura de processo para apurar o envolvimento do deputado no mensalão. A comissão aprovou, então, o relatório do Conselho de Ética que recomendava a perda do mandato de Janene. O parlamentar, contudo, foi salvo em plenário pelo voto secreto.
O PT avalia que Genoino não se salvaria em plenário em pleno ano eleitoral, agora que a cassação passou a ocorrer com o voto aberto de cada parlamentar. Por isso, o partido articula politicamente entre os membros da mesa para que não seja aberto processo na CCJ, onde só seria possível um parecer no começo de 2014. O argumento foi adiantado ontem pelo vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), em discurso no plenário. "Em nenhum momento Genoino quebrou qualquer tipo de decoro parlamentar ao longo de seu mandato", afirmou. O PT deve Câmara, que estendeu por mais 90 dias a licença que venceria em janeiro de 2014

Fonte Último Segundo