Com o risco de enfrentar processo
de cassação, Genoino renuncia ao mandato
O
deputado licenciado José Genoino (PT-SP), um dos presos do mensalão, renunciou
nesta terça-feira (3) ao cargo por meio de uma carta entregue à Mesa Diretora
da Câmara pelo vice-presidente André Vargas. Os membros da Mesa estavam
reunidos nesta terça-feira (3) para discurtir se abririam ou não o processo de
cassação de Genoino na CCJ quando foram surpreendidos pela carta do petista. No
texto, o deputado se diz inocente e afirma que nunca praticou crimes:
"Sempre lutei por ideais, jamais acumulei patrimônio ou riqueza".
Sobre a renúncia, Genoino escreve que esta é uma "breve pausa nesta luta
que representa o início de uma nova batalha dentre as tantas que assumi ao
longo da vida".
Carta de renúncia de Genoino
"Não
é nenhum motivo de alegria para esta Casa", disse o presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB). Segundo ele, com a entrega da carta, não foi
necessário fazer a contagem dos votos da Mesa sobre a abertura do processo de
cassação. A carta será lida hoje em plenário pelo próprio Alves. Diante
desse fato, o mandato se extingue e Genoino se livra da cassação.
Com a renúncia, Genoino tem direito a uma
aposentadoria de R$ 20,7 mil, proporcional ao tempo em que trabalhou como
deputado. A aposentadoria por invalidez, pedida por ele anteriormente,
garantiria renda de R$ 26 mil ao petista.
Genoino, condenado
a 4 anos e 8 meses de prisão no regime semiaberto, cumpre provisoriamente a
pena em prisão domiciliar. Ele aguarda decisão do presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para saber se continua a cumprir a
pena em casa ou se volta para a Penitenciária da Papuda. Ontem, o
procurador-geral Rodrigo Janot deu parecer favorável à prorrogação da prisão
domiciliar do petista por 90 dias. Só falta Barbosa. A pedido do presidente do
STF, um laudo feito por uma
junta médica do Hospital Universitário de Brasília, formada
para avaliar o estado de saúde de Genoino, concluiu que ele é portador de
cardiopatia “que não se caracteriza como grave”. No laudo de oito páginas
enviado ao STF, a junta médica descreve os problemas de saúde de Genoino e diz
que não é necessário tratamento domiciliar. Há quatro meses, o petista passou
por uma cirurgia cardíaca para correção de uma descamação da aorta. Ele ainda
se submete a tratamento e toma medicação para se recuperar da intervenção
cirúrgica.
Fonte Último
Segundo