O diretório nacional do Solidariedade (SDD) se reuniu nesta
sexta-feira (16) e decidiu tirar do deputado baiano Luiz Argôlo o posto de
vice-líder do partido na Câmara Federal. O líder da legenda, Fernando
Francischini, disse que vai pedir a expulsão de Argôlo se ele não pedir
desfiliação. "Ele negociou com um criminoso (Alberto Youssef) que está
preso usando o nome do partido. É uma quebra grave da ética", disse
Francischini em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. A reunião para
discutir expulsão de Argôlo está marcada para o próximo dia 20.
O deputado baiano está respondendo a processo no
Conselho de Ética da Câmara. A bancada do PSOL formalizou denúncia contra o
deputado por quebra de decoro parlamentar. Relatório da Polícia Federal revela
que o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, orientou Luiz
Argôlo a ocupar a vice-liderança do SDD para ficar "mais perto do
governo". Documento da PF foi enviado na quinta-feira (15) pelo juiz
federal Sérgio Moro ao Supremo Tribunal Federal para eventual abertura de ação
penal contra o parlamentar baiano.Youssef é acusado de comandar um esquema de lavagem
de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões, que teria ramificações em partidos
como o PT, PMDB, PP e Solidariedade. O relatório enviado ao STF aponta indícios
de que Argôlo usou verba da Câmara para pagar passagens aéreas e hotel em
encontros que teve com o doleiro. O documento diz também que o deputado recebia
dinheiro de Youssef no apartamento funcional cedido pela Câmara em Brasília. A
PF contabilizou 1.411 mensagens trocadas entre os dois entre 14 de setembro de
2013 e 17 de março de 2014. O deputado usava o celular da Câmara ou um aparelho
Black Berry exclusivo para trocar mensagens com o doleiro.