OPOSIÇÃO QUER LEVAR GABRIELLI À CÂMARA PARA PRESTAR DEPOIMENTO

Planalto evita confronto com ex-presidente da estatal, que dividiu com Dilma ônus pela compra de Pasadena
 BRASÍLIA - Após o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli afirmar, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", que a presidente Dilma Rousseff "não pode fugir da responsabilidade dela" na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA - já que era a presidente do Conselho de Administração na época -, o Palácio do Planalto preferiu evitar o confronto e não se manifestar oficialmente, numa tentativa de conter a crise que pode levar à criação de uma CPI exclusivamente para investigar a Petrobras.

A oposição, no entanto, pretende manter o assunto aceso e tentará levar Gabrielli à Câmara dos Deputados para prestar depoimento, além de insistir na instalação da CPI, que ainda aguarda um parecer do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira, representantes do partido Solidariedade vão apresentar convite ao ex-presidente da Petrobras para depor na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.
Os principais adversários de Dilma nas próximas eleições, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), voltaram a defender neste domingo investigações sobre a compra de Pasadena e uma prestação de contas do governo sobre o caso. Aécio disse que Gabrielli reforçou a necessidade de uma CPI. Campos cobrou que Dilma Rousseff "assuma suas responsabilidades" não somente sobre a Petrobras, mas em diversos setores da economia e da administração.