Areias da praia já não têm espaço para fiéis. Muitos deles acamparam na Avenida Atlântica

Calçada do Copacabana Palace vira dormitório de peregrinos
Muitos peregrinos instalados no local
descansavam aguardando a chegada do Sumo Pontífice. A Irmã Vera Lúcia
Rodrigues Gonçalves, da Congregração Franciscano Angelina, de Mato
Grosso do Sul, lanchava encostada na fachada do hotel. "Não devo dormir
aqui, vou passar a noite acordada. Estou impressionada com a união das
pessoas e com o clima de paz e busca da multidão no mesmo objetivo, que é
a oração e o amor em Cristo", disse.
Milhares de pessoas continuam chegando a
Copacabana. A expectativa é que o evento atraia até 3 milhões de
pessoas. Na saída do túnel que liga Botafogo ao bairro, carros do
Exército orientam os peregrinos em três línguas, além do português:
francês, inglês e italiano. Os avisos, feitos em um megafone, pedem que
os fiéis se alimentem bem, guardem seus pertences e fiquem atentos a
possíveis tumultos. Até o momento, não há registro de confusão no local.

Mais de dois milhões esperam pelo Papa em Copacabana
JMJ gerou até agora um sexto do lixo recolhido de Copa no réveillon
As três noites de atos centrais da Jornada
Mundial da Juventude na Praia de Copacabana geraram juntas um sexto do
lixo que a prefeitura costuma recolher na festa de réveillon. A
informação foi divulgada neste sábado pelo prefeito do Rio, Eduardo
Paes, durante entrevista à imprensa para informar que a JMJ vai quebrar o
recorde de público na história da cidade, com uma estimativa de até 3
milhões de pessoas no domingo. De acordo com o prefeito, 47 toneladas de lixo
foram recolhidas na Missa de Abertura, de terça-feira, na Festa de
Acolhida do Papa, na quinta-feira, e na Via Sacra, nesta sexta-feira.
Paes disse que na festa da passagem de ano, em Copacabana, a Companhia
Municipal de Limpeza Urbana costuma recolher 300 toneladas de lixo. De
acordo com o prefeito, os fiéis têm mais consciência em relação a manter
o local dos eventos limpo. "Isso mostra o espírito de civilidade, o grau
de cidadania e de fé dessas pessoas", disse o prefeito, que, apesar das
dificuldades de transportes com ônibus e metrô e da exclusão do Campus
Fidei (Campo da Fé) da programação, avalia positivamente a JMJ. "Não são
muitas as cidades do mundo que têm a condição de receber essa
quantidade de peregrinos. Eu diria que o evento é um sucesso. O papa
trouxe uma mensagem e um simbolismo que conquistou os cariocas e os
cidadãos da região metropolitana".
Católico, o prefeito foi enfático ao elogiar o
evento. "Estamos tendo o evento mais bonito da história desta cidade. É
emocionante ver os peregrinos. É uma invasão do bem". Para comentar as manifestações que desde quinta-feira
ocorrem também em Copacabana, o prefeito pegou o celular e citou a
declaração dada pelo papa Francisco mais cedo. "Entre a indiferença
egoísta e os protestos violentos sempre há uma opção possível: o
diálogo, o diálogo entre as gerações, o diálogo entre o povo e todos
somos povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à
verdade. Um país cresce quando suas diversas riquezas culturais dialogam
de maneira construtiva", disse. "Manifestações são algo normal em um país
democrático, e graças a Deus o papa está em um país democrático. O papa
pode dizer o que pensa e os manifestantes também. Mas a grande
manifestação é a dos peregrinos e das pessoas cristãs ou não que estão
indo a Copacabana", finalizou.